Pronto! Privatizaram a vacina. Agora o estrumíssimo presidente Jair Bolsonaro pode se considerar reeleito. Um dia após vetar que estados e municípios possam comprar vacinas sem precisar do aval do governo federal, sempre omisso, Bolsonaro conseguiu o que a burguesia limpinha cheirosa tanto queria: o direito de pagar pela vacina sem ter que se sujeitar a filas, se aproximar de gente pobre e, quem sabe, até receber o atendimento no conforto do seu lar. Bolsonaro faz o que faz de melhor: tirar de suas costas a responsabilidade de cuidar do povo em nome da liberdade de consumo, pfiu, pfiu.
Tal qual ocorre com a cloroquina, que enriquece laboratórios e lobistas da indústria farmacêutica, agora chegou a vez dos planos de saúde enriquecerem com a venda de vacinas contra o covid-19 em clínicas conveniadas, enfraquecendo mais ainda o SUS, para deleite orgasmático de boa parte da classe médica brasileira. Demanda é o que não falta com escolas abertas, metrôs, trens e ônibus lotados, igrejas e shopping centers — perdoem o pleonasmo — aglomerando servos em glória ao deus capital, aleluiamém.
Ao contrário das previsões dos otimistas, nos tornamos seres humanos piores.
