
Como se vê, brasileiras-res-ris-ros-rus têm muito o que comemorar no tão aguardado carnaval fora de época de 2022, inconvenientemente adiado pela pandemia de covid-19, que matou – e ainda mata – mais de 650 mil pessoas no país. Afinal, graças à carestia, à escalada de violência, o estratosférico desemprego, o desmatamento, à corrupção, entre outras das lucrativas commodities do necroliberalismo que assolam o país, são um prato cheio para a criatividade de carnavalescos e foliões sedentos por mostrarem nas avenidas – aquelas que o patrão permite serem ocupadas – e nas redes sociais – idem –, toda a indignação e espírito revolucionário engarrafado pronto e tabelado que tanto fantasiam desfilar sem economizar no gliter glúteo glamur – mais baratos que o tomate! – que tanto reverenciam, plim, plim.
Para não decepcionar e garantir mais conteúdo para as irreverentes fantasias e os adereços carnavalescos, o excrementíssimo presidente da república dos caetanos, Jair Bolsonaro, fez graça e decretou indulto individual a Daniel Silveira, o brutamontes condenado ontem pelo STF a 8 anos e 9 meses de cadeia por incitar ataques contra os ministros da corte e à democracia, entre outras praxes do milicianismo com deus acima de tudo, amém.
O indulto – segundo o mandatário bufão, baseado em artigo da Constituição –, extingue a pena e a multa impostas a Silveira. Afinadíssimo, o presidente da Câmara dos Deputados a Serviço do Patrão, Arthur Neoliberlira apresentou recurso ao STF afirmando que só cabe à Câmara decidir sobre perdas de mandato, o que deixa claro para quem ainda não entendeu, que o país está nas mãos de milicianos, de criminosos com um plano de poder muito bem estruturado, com aliados nas diversas esferas de poder e que não têm intenção alguma de largar o osso, com supremo, com tudo, pfiu, pfiu.
Mas, a ilusão do “já ganhou” tomou conta da esquerda viciada em lacração que, pelo que se vê, se dará conta tarde demais que a avenida colorida em que passivamente desfila com seus gritos de guerra forjados pelos algoritmos não passa de uma das profundas riscas que republicanamente sulcou no chão desde o golpe de 2016.

Obrigado!