
Há 21 dias, o imprestabilíssimo presidente da república dos e daís, Jair Bolsonaro, declarou “se tirar o Centrão, para onde eu vou? Essa é minha lagoa!”, no tocante a sua filiação ao PL, importante membro do famigerado amontoado pútrido-político Centrão onde se concentram em pestilenta ebulição os empertigados representantes da secular ideologia nazifascista, eugenista, racista, etnocida, ecocida, fundamentalista, entreguista, machista, etc., travestidos de bons moços limpinhos cheirosos, em nome do patrão, amém.
Bolsonaro filiou-se hoje ao PL para concorrer à reeleição em 2022, sinal de que não está assim tão interessado em vencer, mas em garantir mais dos seus amancebados colegas de rachadinhas com laranja e açaí flutuando tranquilamente juntos na lagoa da bem remunerada impunidade parlamentar e assim assegurar que suma de cena no meio da multidão e não seja julgado e condenado pelos inúmeros crimes cometidos durante seu mandato, pfiu, pfiu.
Sem o “17”, enterrado na fusão entre o DEM e o PSL, Bolsonaro perderá boa parte de seus hidrofóbicos eleitores – que ficaram de fora da festa de hoje – pois seus cérebros atrofiados entrarão em curto – em 2022 é 17 ou em 2017 é 22? – e Bolsonaro já estará são e salvo, bem protegido e esquecido para, quem sabe um dia, voltar silenciosamente a mamar nas tetas do Estado, taoquei.
Com o advento da candidatura do suspeitíssimo ex-juiz-ministro-marreco da justiça branca do sul, Sergio Moro – que, segundo a conja, é a mesma coisa que Bolsonaro – e a queda vertiginosa de Ciro Trololó Gomes no ostracisme six pour cent, Bolsonaro tem reduzidas as chances de reeleição, uma vez que Moro é o queridinho da terceira via, digo, da burguesia fedorenta e da onanista mão invisível do mercado; a tempestade perfeita: bolsonarismo sem Bolsonaro, plim, plim.
Quem canta vitória antes do tempo num cenário desse, com uma sucessão escandalosa de golpes que feriram de morte a democracia para encherem bolsos já transbordantes, ou é muito ingênuo ou é mal intencionado…

Obrigado!