Uma dor que pulsa, que arde, que grita. Uma epidemia de descaso, de desrespeito, de desprezo pela vida; uma epidemia de estupidez, de insensatez, de ódio, de desinformação oportunista e conveniente. Uma epidemia que começou com 20 centavos e que já nos custa caro demais: 608 mil mortos por covid, fome, miséria, desigualdade social, violência.
Um genocídio arquitetado com toda a elegância e esmero disponíveis na vitrine do necroliberalismo eugenista, do neofascismo cintilante de sorriso branco e hálito puro que se alastra pela Terra Plana com racismo, com machismo, com fundamentalismo religioso, com cloroquina, com rachadinha, com supremo, com tudo, pfiu, pfiu.
Um país que celebra quando estrangeiros enfrentam a violência policial no país deles em protesto contra a escalada fascista e a depredação capitalista em nosso país, mas que aqui, entorpecidos pelas cavalares doses de liberalismo individualista lacrador e suas celebridades instantâneas, plim!, plim!, permite que o fascismo passeie livremente pela avenida gentilmente esvaziada pelo patrão para que o caminho do dinheiro até seu bolso não seja interrompido; o mesmo patrão que, santificado nos altares de estranhas catedrais espalhadas por todo o berço esplêndido, permite um sábado ou um feriado para o povo extrapolar toda sua revolta fantasiada de revolução, enlatada na sessão da tarde e na novela das oito, a fim de fazer de conta que se importa, amém.
Meus sinceros pêsames a todas e todos que perderam pessoas queridas.
Aos que se fazem de mortos, que fazem de conta que não têm nada a ver com isso e, calados, rastejam entre os corpos amontoados tirando proveito da situação, o putrefato lixo da história.
A pandemia não acabou. Covid é transmissível mesmo para quem já está vacinado das duas doses. Se possível, tome a terceira dose. Use máscara, pratique o distanciamento social, tome a vacina, não ouça o genocida.
Paralisação geral já!
Obrigado!
gladsontarga.com 