
A burguesia, já dizia o poeta, fede. E como ela fedem seus ídolos, fede sua ética antiética, sua moral imoral; fedem seus valores patriarcapitalistas* enfiados no lodo pestilento da cultura liberal individualista nazifascista limpinha cheirosa travestida de bela moça recatada e do lar com deus acima de tudo, amém.
Não bastasse inflar o corpo moribundo do ex-juiz-ministro-marreco da justiça branca do sul, Sergio Moro – que quebrou o país com suas parcialíssimas sentenças –, com a costumeira carga flatulenta do falacioso discurso liberal anticorrupição, a golpistíssima (Quanto)IstoÉ, no afã de saciar o desejo de seus leitores tão necessitados de lixo vira-lata e notícias falsas que mantenham suas panças sempre muito ufanas e seus egos inflados, realizou a proeza de celebrar a eventual candidatura de Moro à presidência retratando-o na capa da edição desta sexta-feira, 29, com uma montagem grotesca que depositou sua cabeça no corpo do ex-presidente norte-americano na capa da revista, também daquele país, Time, quando esta elegeu Donald Trump – ídolo do execrabilíssimo presidente Jair Bolsonaro – “Pessoa do Ano”, em 2016. A imagem, que parece tentar algum tipo de mensagem subliminar – e que não deu crédito algum à imagem original – consegue retratar com exatidão o quão baixa, vil, torpe, execrável, mesquinha, parva, xucra, inepta, aculturada, apolitizada, submissa, doutrinada é a burguesia e quem serve aos seus mandos e desmandos, pronta para defender seus tão preciosos privilégios conquistados com o suor e o sangue dos outros, taoquei.
Ou, talvez, seja apenas uma forma de desejar aos brasileiros lambedores de bolas de norte-americanos um feliz rélouin.
A capa da (Quanto)Istoé desmonta a falácia da terceira via e imortaliza a fala da esposa de Moro, Rosângela, que, certa vez, afirmou que Moro e Bolsonaro “são uma coisa só”… moldados do mesmo barro putrefato, fedorento, que nutre o ódio classista da burguesia brasileira desde que se tem registro, com supremo, com tudo.
*com o devido crédito à Marcia Tiburi.

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