
E aí? As barbaridades genocídicas antidemocráticas do execrabilíssimo presidente Jair Bolsonaro já feriram a sua existência republicana limpinha cheirosa o suficiente para você ser resistência, Brasil, ops, Brazil? Ainda não, né. Tem um tiquinho aqui outro ali de retalhos e estilhaços espalhados pela face vira-lata da sua existência o bastante para colar tudo e fazer uma película protetora com cruz, credo, cor – branca, claro! –, classe social e um a-e-i-o-u aqui e ali pra fazer de conta que resolve o problema da desigualdade de gênero e que você é descolada-de-di-do-du nas redes sociais, e aquela suada raspa da conta bancária dividida em prestações a juros módicos a perder de vista e pronto! Ufa, agora você está individualisticamente protegida-de-di-do-du e apta-te-ti-to-tu para tolerar sem ser incomodada-de-di-do-du por questões morais e éticas mais uma boa saraivada de ameaças à democracia e, quem sabe, até à vida alheia, “esse negócio de política cansa”, “já não aguento mais esse país”, “vou ali ver o BBB e lamber o chão de mais uma celebridade instantânea”, taoquei.
Enquanto Bolsonaro servir aos interesses de quem o colocou lá – obviamente, não se trata apenas de seus desmiolados eleitores ou do antipetismo hidrofóbico dos isentões -, no poder ele seguirá, ínfimo, inútil, débil, pois seu espetáculo bufônico é tudo o que o golpismo do patrão sempre pediu ao deus glutão, amém.
Paralisação geral já.