Mário Quintana

Hoje, 115 anos de Mário Quintana, sempre presente.

O Pobre Poema

Eu escrevi um poema horrível!
É claro que ele queria dizer alguma coisa…
Mas o quê?
Estaria engasgado?
Nas suas meias-palavras havia no entanto uma ternura mansa como a que se vê nos olhos de uma criança doente, uma precoce, incompreensível gravidade
de quem, sem ler os jornais,
soubesse dos sequuestros
dos que morrem sem culpa
dos que se desviam porque todos os caminhos estão tomados…
Poema, menininho condenado,

bem se via que ele não era deste mundo nem para este mundo…
Tomado, então, de um ódio insensato,
esse ódio que enlouquece os homens ante a insuportável
verdade, dilacerei-o em mil pedaços.

E respirei…
Também! quem mandou ter ele nascido no mundo errado?

Ilustração digital sobre foto reprodução.

Obrigado!

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

%d blogueiros gostam disto:
close-alt close collapse comment ellipsis expand gallery heart lock menu next pinned previous reply search share star