Onde estavam?

…para lotar o gramado da Esplanada dos Ministérios com suas faixas, cartazes e fantasias coloridas, gritar “fora Bolsonaro!”, “genocida!”, “ai, ai, ai se empurrar…” depois mandar a consciência junto com os lençóis pra lavanderia. Por que não compareceram com o mesmo ímpeto revolucionário na segunda-feria ao Congresso para pressionar e barrar a manobra espúria do presidente da Câmara para aprovar o texto da privatização da Eletrobras? Por que não se juntaram aos indígenas e enfrentaram os tiros e bombas da PM do DF como tanto fantasiam quando vêem nossos hermanos sendo mortos pela repressão policial em seus países? Acabou a máscara e o álcool gel? Só pode aglomerar no sábado? Vidas indígenas não importam? Não rola selfie com gás de pimenta? Quem pode pagar a luz mais caro não precisa se preocupar com privatização? 15 mil pessoas juntas teriam, no mínimo, feito os congressistas recuarem…

…mas encher o bolso do patrão para que ele permita manifestação aos sábados, mesmo que incomode um pouquinho seu sono, é mais importante para o enlatado revolucionário de fim de semana. 750 mil, 1 milhão, tanto faz. Nunca foi por 0,20 centavos. Nunca será por ferir a existência. Nunca será resistência. Ninguém solta a mão de quem mesmo?

A luta segue, e os povos indígenas têm ainda a oportunidade de reverter o resultado de hoje no Senado, onde será votado em breve o vergonhoso PL 490 que distorce o tempo para garantir a pança cheia dos ricos em detrimento dos direitos e da vida dos povos originários.

Todo apoio aos povos indígenas, incansáveis guerreiros, os verdadeiros merecedores de cada pedaço dessa terra.

Parabéns aos poucos que enfrentaram a briga ao lado dos povos indígenas. Parabéns aos eletricitários que resistiram até o fim.

Antes de virem defender seus cheirosos umbigos, reflitam sobre qual a sua luta e qual o seu papel nessa luta, pois precisamos de união de fato para a luta contra o golpe, não de faz de conta. Bolsonaro é só a ponta do icebergue. Ou nos responsabilizarmos pelos erros cometidos e enfrentamos a dor dessa responsabilidade e a transformamos em luta pelo coletivo, pelo todo, ou seguiremos sendo um arremedo de nação.

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