
No dia inventado pelo pai do João Dória pra encher o bolso de seus amigos ricos sob o pretexto de espalhar o amor, engolido redondinho pelo apaixonado povo brasileiro, de esquerda à direita, que goza ao ser chamado de consumidor, esse nobre fantoche do capital, o entulhíssimo presidente da república dos inimigos do rei, amantes da rainha, Jair Bolsonaro, resolveu espalhar todo seu macabro amor em mais um passeio de motocicleta com sua récua de rebeldes vira-latas, dessa vez, pelas ruas e avenidas da capital paulista, fazendo o que sabe fazer de melhor: chamar todas as atenções para si enquanto a boiada passa e os bolsos dos ricos seguem transbordantes, taoquei.
Às vésperas de alcançarmos o lamentável número de 500 mil mortos por covid-19, e em meio à fome, miséria, desemprego, violência e desigualdade social galopantes, as ruas estão cheias de gente ávida por saciar a sede de consumo, contaminadas-des-dis-dos-dus pelo negacionismo conveniente manipulado habilmente pela mão invisível do mercado, infectadas-des-dis-dos-dus pela propaganda limpinha e cheirosa que diz que o amor não tem preço, é diverso, arcoirídico, mas que só está à venda à prestação para quem quiser preencher seu vazio existencial com plástico, papel, metal, luzes coloridas, estupidez, carência e lacração e assim, finalmente, pertencer ao seleto grupo de dos bilhões de amantes inveterados do individualismo, amém.
O amor está em outro lugar. Fiquem em casa. Se precisarem sair, usem máscara e façam o distanciamento social. A pandemia não acabou.

Obrigado!