
…e a gente passou a boiada.
A maior cortina de fumaça já produzida pelo governo Bolsonaro para esconder seus escândalos, de seus rebentos ranhentos, de sua intimidade com as milícias cariocas, foi produzida pela oposição em sua fúria vingativa: a CPI da Covid, instaurada ontem no Senado Federal, cuja pretensão é investigar os crimes cometidos pelo excrementíssimo presidente da república dos vira-latas, Jair Bolsonaro, o ex-ministro general paraquedista, Eduardo Pazuello, e todos e todas mais envolvidos na desastrosa e assassina condução da pandemia do novo coronavírus, que esta semana alcançará o estarrecedor número de 400 mil mortos em pouco mais de um mês, média de 2 mil óbitos diários. Nada que fere a existência de quem é resistência no avatar da rede social e na lacração identitária pseudopolítica de celebridades individualisttas que não soltam a mão invisível do mercado por ninguém, amém.
Tanto no Senado, onde ocorre a CPI da Covid, quanto na Câmara dos Deputados, as pautas necroliberais estão a todo o vapor, como o PL 5.595 que torna a Educação atividade essencial, o PL 510/2020, que beneficia grileiros e desmatadores, o PL 591/21, que autoriza a privatização dos Correios – aquela que a Magalu aguarda ansiosamente –, a MP 1.031/21 que abre caminho para a privatização da Eletrobras e toda sorte de projetos encomendados pelo golpe que ficaram travados pela oposição – que agora é minoria – nos últimos anos e que agora têm a porteira escancarada por Arthur Lira, na Câmara, e Rodrigo Pacheco, no Senado, taoquei.
A CPI traz em seu bojo a esperança de que Bolsonaro tenha seus crimes comprovados com e que isso seja motivo indubitável para um pedido de impeachment. No fundo, com a melhor das intenções, se transformará na maior distração que o golpe procurava para respirar aliviado e dar continuidade à pilhagem enquanto a oposição faz o serviço impagável de distrair os olhos da população, com fome, com tudo.
Feito ciranda, andamos em círculo sem parar e, tonots, pisamos nas nossas própria armadilhas.
A piada somos nós.