…ele mata. Eis o olhar de quem sabe muito bem o que está fazendo e do povo que tem na mira. 4.195 mortos por covid-19 nas últimas 24 horas no país.
Enquanto olhamos, reclamamos, lamentamos a desgraça causada por nossa própria ausência de participação na vida política, o nosso desinteresse pelo que é nosso, Bolsonaro, sem mover um dedo, porque é só o que sabe fazer, vai conseguir passar no Congresso Nacional uma das maiores aberrações legislativas de todos os tempos, para que não tenha que se responsabilizar por nada, como de costume. Arthur Lira, sob o comando da elite eugenista e do empresariado limpinho cheiroso brasileiro, lidera hoje votação pela privatização da vacina na Câmara dos Deputados, um projeto de lei que vai permitir que empresas privadas comprem vacina para imunizar seus funcionários e familiares sem a obrigatoriedade de abastecer o SUS, e ainda com a possibilidade de ficarem isentos do Imposto de Renda como prêmio pela boa vontade cidadã. Ou seja, quem vai pagar por essas vacinas é o povo que não poderá ser vacinado, a não ser que trabalhe numa das empresas ou que uma boa alma empresarial doe o imunizante para o sistema público de saúde. Os demais, ficarão à espera de novos lotes da vacina que abasteçam o SUS, ou da terrível morte por asfixia que está à espreita, taoquei.
Enquanto o país todo só olha pra tevê dando audiência para o lixo midiático global, tudo pela lacração, fazendo de si mesmos propaganda gratuita para a maior emissora do país, golpista por natureza, que lucra horrores junto a seus patrocinadores, o Brasil morre de fome e de covid-19, sendo a grande maioria dessas vítimas, homens, mulheres e crianças negros e negras. O negacionismo é racista. No Brasil, é endêmico, patológico, assassino, amém.
Somos cúmplices.
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