
Faltando poucos dias para deixar o cargo de presidente da Câmara dos Deputados, o negacionista antinegacionista e passapanista-mor da república, Rodrigo Botafogo Maia, abriu as portas de seu gabinete para, cheio de vaidade e orgulho, nos mostrar seu legado fastidiosamente construído com as mãos fortes de um homem de bem, um verdadeiro democrata a serviço do capital, amém.
Por detrás de um grande armário recheado de pedidos de impeachment contra o coprofagíssimo presidente da república Jair Bolsonaro, uma pequena porta secreta aberta com um singelo gesto em arco feito no ar, leva para um enorme galpão onde Maia catalogou e armazenou desde 2016 – ano do início de seu mandato, sucedendo o corruptíssimo deputado Eduardo Cunha – com muita dedicação e esmero a coleção de panos biodesagradáveis que passou para toda a agenda golpista, entreguista, eugenista, genocida e fascista que nos assola desde o golpe machista e misógino contra a presidenta Dilma Roussef.
Maia reuniu-se com o embaixador da China para passar um pano – sua especialidade, como pudemos relatar e testemunhar nesse espaço durante os últimos dois anos – na relação estrupiada com o país asiático depois da enxurrada de acusações e ataques mentirosos perpetrados por Jair Bolsonaro, seu filho Bananinha Zero Dois e pelo Cavalheiro da Tábula Quadrada, Ernesto Araújo desde o início da pandemia do novo coronavírus, e tentar garantir que os insumos para a produção da vacina CoronaVac pelo Instituto Butantã cheguem ao Brasil tão logo quanto for possível, uma vez que já não há mais como produzir a vacina por aqui, muito menos aplicá-la, taoquei.
Maia afirma não ter autorizado a produção de um videoclipe que circulou hoje nas redes brindando seu legado. Mas é porque não condiz com a verdade. Seu verdadeiro legado constitui-se no acúmulo uma enorme pilha de panos sujos usados com muito alvejante para manter o golpe no trilho, sem impeachment, contudo.