
Pouco antes de ter ido tomar um cafézinho em Miami, o governador de SumPaulu, João Bastardória, deixou alguns presentinhos de natal para os paulistas comemorarem sua incorrigível e inabalável arrogância limpinha cheirosa – salvo raras exceções – e a eficaz capacidade de votar – não se gabe, isso não é privilégio seu – em quem escarra com gosto na sua cara: o importante é o escarro sair de uma boca cheia de dentes brancos e hálito puro da tradicionalíssima elite secular, escravagista, eugenista, fascista, cafona e vira-lata, taoquei.
Opa, peraí! Taoquei? O que o estrumessíssimo presidente Jair Bolsonaro tem a ver com isso? A resposta vem galopando e mugindo feito gado pestilento em dia de abate: BolsoDoria, esse amálgama de milicianismo fundamentalista cristão com o neofascismo necrófilo sapatênis botóx. Tal qual Bolsonaro, João Dória serve aos interesses do golpe com suas sedosas mãos à guisa de tesoura, tic, tic.
Disfarçado de bom moço em sua atuação no combate à pandemia de coronavírus e na defesa da vacina contra o covid-19, João Dória não só cortou a gratuidade do transporte público para idosos entre 60 e 65 anos – talvez por vaidade ao olhar-se no espelho e ver que aos 63 anos está em boa forma e pode caminhar pelo Jardim Europa sem problemas –, como também os contratos dos profissionais de saúde do Hospital Universitário da USP, referência no estado; o Hospital Emílio Ribas está sendo entregue a uma Organização Social – OS, para os que sabem que isso é privatização –, que planeja, entre outras coisas, fechar o Pronto Socorro. Ou seja, com a pandemia rebolando e deslizando pelo salão ao som mecânico de respiradores, bips, sirenes, de pessoas sendo asfixiadas pelo vírus, de famílias chorando e lamentando suas perdas, Dória reduz profundamente a capacidade de resposta a emergencias e de UTIs no estado com maior número de casos e óbitos por covid-19 no país, tic, tic.
Ora, se isso não é necroliberalismo, o fascismo genocida repaginado, com harmonização facial, com tudo, então é só capitalismo, amém.