Na esteira das celebrações da vitória do homem branco rico a serviço do imperialismo, Joe Biden – e a musa pró-apartheid israelense contra o povo palestino, Kamala Harris –, sobre outro homem branco rico a serviço do imperialismo, Donald Trump, a Rede Globo golpista resolveu aproveitar o clima de “festa da democracia” e remendar e inflar freneticamente o boneco murcho do ex-juiz-ministro-marreco paladino da justiça branca do sul, Sergio Moro, como alternativa de uma “terceira via” na luta pela sucessão presidencial em 2022. Não bastasse noticiar a possível chapa limpinha cheirosa do calderônico oportunista Luciano Huck com Moro para presidente e ainda passar o domingo a noite lambendo o chão dos norte-americanos para deleite das elites cafonas e da classe média vira-lata, a Globo divulgou, com toda sua notória parcialidade, uma declaração de Moro que diz que “Lula faz parte do ciclo de ódio que existe no país”, atacando o ex-presidente como responsável pelo ódio espalhado pelo país, não a sua própria atuação como agente a serviço dos interesses das minorias ricas e dos EUA através da Operação Lava Jato e toda a campanha antipetista desde a derrota de Aécio Neves em 2014 – que culminou no golpe contra a presidente Dilma Rousseff e a prisão ilegal de Lula – até a eleição do escarrentíssimo presidente Jair Bolsonaro em 2018.

Em 2013, a Rede Globo admitiu ter apoiado a ditadura militar e fez um sofrível pedido de desculpas. Quem acreditou na cara de coitada dos apresentadores do Jornal Nacional em meados de 2013 são os mesmos e as mesmas que de 1964 até hoje – e assim o ensinaram às novas gerações – engolem qualquer cuspo fantasiado de jornalismo imparcial escarrado pela boca pestilenta da emissora. Entre as vítimas do embuste sentimentaloide, feito em meio às manifestações de 2013 – com a clara intenção de sair de fininho –, diversos segmentos da esquerda que parecem ter contraído um tipo incurável de Síndrome de Estocolmo, um relacionamento abusivo, tóxico, que precisa de um basta.