
A elite brasileira sempre acorda com o pé direito.
Mais um episódio de violência policial na periferia da capital paulista. A vítima, uma mulher negra de 51 anos, em Parelheiros, Zona Sul de São Paulo, imobilizada, sufocada pela bota de um policial esmagando seu pescoço ao tentar impedir que um homem continuasse a ser espancado por outro policial. Apenas mais um dia na periferia das capitais.
O que leva um policial a agir com tamanha brutalidade, sabendo que qualquer pessoa pode sacar um celular, filmar a sessão de tortura e denunciá-lo imediatamente? O mesmo que faz de um menino de 7 anos de idade fantasiado de policial militar sensação nas redes sociais: a certeza da impunidade encalacrada, da pele branca aos ossos, de uma cultura genocida, racista, fascista, doente.
A violência policial nunca sai de moda: heroitizada nos enlatados cinematográficos e nos tablóides sensacionalistas das mídias conservadoras, consumida à exaustão desde a infância; a naturalização da morte de quem tem a pele estigmatizada pela cor. A mesma bota, a mesma farda, imobiliza, sufoca, esmaga as mesmas pessoas, nos mesmos lugares, desde sempre, para sempre…